terça-feira, 2 de julho de 2013

Encontro com a Moira (III) (de Alma Welt)


A vida nos disfarça o seu horror
Com esse nosso dia-a-dia bonachão
Com o fito de esconder a sua feição
De traços magros, sinistros e sem cor.

 “Alma”, disse alguém,“assim não fales
Estás nos parecendo agourenta
Só com essa visão de nossos males
Que ninguém quer, ninguém agüenta!”

 Mas, eu, que vi a Moira na campina
E chamou-me com um dedo descarnado,
Tão curiosa de saber a minha sina

Que mirando suas órbitas vazias
Ouvi a sua voz de grave bardo:
“Tomarei só a ti, não tuas poesias...”

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